quarta-feira, 2 de julho de 2008

Reflexão sobre o texto de Moran


Aprendizagem de ser Educador


O educador é um especialista em conhecimento e em aprendizagem, onde a construção de sua identidade ocorre a partir da integração do intelectual, do emocional, do ético e do pedagógico. Através da aprendizagem contínua ele se torna humanizador. Ao longo de sua carreira o educador passa por várias angústias, insatisfações, desafios, frustrações e decepções, mas ainda encontra vontade de continuar e de inovar seu conhecimento.
Ensinar tem momentos gratificantes que eleva a auto-estima do educador, como existe também momentos em que ele se sente impotente diante de tantas mudanças e tantos desafios que a educação apresenta. Apesar da experiência de longos anos, o educador se sente ameaçado e vê que pode ser substituído por profissionais recém formados, cheios de vitalidade e energia, ansiosos para pôr em prática seus conhecimentos.
Moran relata alguns pontos da evolução profissional do educador:
Iniciação: O educador recém formado começa com substituições, cobrindo licenças e férias de outros educadores. Muitas vezes o educador novato confunde sua identidade, “professor ou aluno”? Sua preocupação é cativar e impressionar o aluno para ser reconhecido como professor. Sente medo de ser desafiado ou que suas aulas sejam insignificantes para o aluno. Com o passar do tempo, alunos vão e outros alunos chegam e o processo continua. O educador já tem mais clareza de sua profissão, planeja e desenvolve suas aulas com maior segurança, vê que nem tudo acontece como foi planejado mas procura novos métodos e novas técnicas, inova, ousa mais e reflete sua prática pedagógica.
Consolidação: O jovem professor vai consolidando o seu jeito de ensinar e já tem maior domínio de todo o processo. Então o número de aulas aumenta, o número de alunos é cada vez maior, procura trabalhar em outras entidades para aumentar sua renda. Os textos e atividades se repetem de turma em turma, os trabalhos são muito parecidos em todas as turmas, o tempo para a leitura dos trabalhos é mais reduzido, as técnicas, métodos e fórmulas se repetem por longo tempo sem inovação.
Crise de identidade: Aos poucos dar aula se torna cansativo, repetitivo, os alunos parecem insuportáveis, as reuniões pedagógicas são chatas e mesmice, o salário é baixo e as outras profissões são mais rentáveis. Surge a crise profissional que vem acompanhada com a crise emocional. Qualquer coisa é motivo para não dar aula. Alguns educadores dão a volta por cima, procuram cursos de aperfeiçoamento, dão um novo encremento em suas aulas, inovam e superam a crise, outros, diante da insatisfação, procuram outra atividade e continuam dando aula como um bico.
Mudanças: Com o tempo o educador bem sucedido, inovador, se torna uma pessoa humanizadora, que se renova e encontra força para melhorar, continuar e se encontrar, enquanto outros se acomodam e se arrastam pelas salas de aula. Educadores com a mesma formação, mesma escola e mesmos alunos e encontram-se em situações bem diferentes, uns são bem aceitos pelos alunos e se destacam profissionalmente, outros encontram barreiras em tudo e se tornam profissionais frustrados.
Educador bem sucedido: O educador não precisa ser perfeito para realizar um bom trabalho, desde que esteja atento a evoluir, a aprender e ensinar, ensinar e aprender. O bom educador consegue despertar o que há de melhor em cada aluno.

http://www.eca.usp.br/prof/moran/educa